"Acho que vão matar gente aqui hoje. Tá tudo estranho. Se eu for, amo vocês todos. Amor, tá estranho aqui". Essa foi a mensagem que o detento Abel Paulino de Sousa enviou à sua mulher, por celular, no último dia 5.
Naquela mesma noite, a facção criminosa PCC, segundo o governo estadual, matou 33 homens na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista (RR).
Sousa está entre os 16 que foram decapitados. Ele foi enterrado no domingo (8), no mesmo dia em que completaria 25 anos de idade.
Como Sousa, outros cinco detentos morreram sem terem sido condenados pelo Judiciário. Estavam presos por decisões preventivas que ainda poderiam ser revistas.
A Folha localizou o inquérito de Sousa. Sem condenação anterior e sem passagem no sistema prisional de Roraima, ele havia chegado à penitenciária apenas um mês antes de sua morte.
O pesadelo para a família começou quando ele foi preso por policiais civis de Boa Vista na tarde do dia 5 de dezembro, com Francisco Wilami Souza de Oliveira, 39, e Marizete Almeida, 26. Um adolescente também foi apreendido. Oliveira e Marizete admitiram à polícia que já haviam sido presos sob suspeita de tráfico de drogas.
Folha de S.Paulo
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