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'Espero que meu filho esteja vivo', diz mãe na porta de presídio no RN

Dezenas de familiares aguardam informações sobre presos em frente à Penitenciária de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal, onde acontece uma rebelião desde a tarde deste sábado (14) e pelo menos 10 detentos foram mortos, segundo o governo do Estado.

Os clima é de tensão e nervosismo no local. Um helicóptero sobrevoou o presídio durante a madrugada, enquanto policiais e bombeiros faziam ronda ao redor da unidade. Do lado de fora, é possível escutar barulho de tiros, bombas e gritos dos presos.

Até o começo da madrugada, a Polícia Militar ainda não havia entrado no presídio e o motim continuava em andamento. Todos os presos deixaram as celas e ocuparam a área dos pavilhões.

Zélia de Melo, 44, espera por notícias do filho, Diego, 26, condenado por a seis anos de prisão por tráfico de drogas –falta um ano para ele ser solto, segundo a mãe.

"Espero que esteja vivo. Só vou sair daqui quanto tiver informações", afirma. Ela diz que bloqueadores de celular não impedem contato com os presos. Detentos repassam informações para as famílias, segundo pessoas no local. Durante todo o dia, familiares compartilhavam fotos e vídeos do massacre.

Eliana da Costa, 30, estava preocupada com o marido, Leonardo Caldeira. Pai de dois filhos, Leonardo foi condenado a 12 anos e 10 meses por tráfico de drogas –ele já cumpriu dois anos da pena.

"Aqui fora do presídio a gente só recebe notícia ruim. Espero que ele esteja vivo, eu vou esperar a madrugada toda por notícias". Eliana diz que o marido estava no pavilhão, 3, que ela suspeita que não tenha sido alvo do confronto.

O conflito começou por volta das 17h. A rebelião foi motivada por uma briga nos pavilhões 4 e 5 do presídio envolvendo facções: segundo o governo, entre membros do PCC (Primeiro Comando da Capital) e do Sindicato do Crime. Houve uma invasão de um pavilhão por presos inimigos, o que deu início ao motim. O governo diz que a rebelião está restrita a esses dois pavilhões e não houve fugas.

A Penitenciária de Alcaçuz abriga atualmente 1.083 presos, mas tem capacidade para apenas 620, segundo dados da Secretaria de Justiça. O presídio fica no município de Nísia Floresta, a 25 km de Natal.

Há relatos de presos decapitados e de brigas em diversos pavilhões do presídio. Segundo policiais no local, a intervenção acontecerá ao amanhecer. Esposas de detentos temem que o número de mortos cresça durante a madrugada.

O Ministério da Justiça informou, por meio da assessoria, que o ministro Alexandre de Moraes está acompanhando a situação em Natal. "O governo do Rio Grande do Norte ainda não fez pedido de ajuda. Caso haja essa necessidade, o auxílio será analisado e prestado imediatamente, da mesma forma como ocorreu na semana passada com os sete Estados que solicitaram ajuda", disse.

Segundo a assessoria, homens da Força Nacional já estavam na cidade desde o ano passado por outras razões. Se houver pedido de reforço, de acordo com o ministério, isso será analisado.

ALCAÇUZ

Construído sobre dunas, a penitenciária registra fugas frequentes de presos: basta cavar um túnel na areia para sair.

Além disso, como as dunas se movem com o vento, o acesso ao presídio também fica facilitado. Algumas vezes, há dunas tão altas que permitem a visão de dentro do pátio.

"Se um garoto pegar um estilingue e colocar um celular ou drogas, lança para dentro do presídio", diz Ivenio Hermes, pesquisador do Observatório da Violência do Rio Grande do Norte.

O Rio Grande do Norte viveu uma crise de segurança pública no ano passado, com ataques a ônibus. A Força Nacional chegou a ser enviada para o Estado.

O governo, na época, atribuía os ataques a uma reação à instalação de bloqueadores de celulares nos presídios estaduais, e informou que as ordens partiam de dentro das penitenciárias.

MORTES EM PRESÍDIOS

Com mais essas 10 mortes, o número de assassinatos em presídios pelo país chega a 116 casos nas primeiras duas semanas do ano. As mortes já equivalem a mais de 30% do total registrado em todo ano passado. Em 2016, foram ao menos 372 assassinatos –média de uma morte a cada dia nas penitenciárias do país. O Estado do Amazonas lidera o número de mortes em presídios com 67 assassinatos, seguido por Roraima (33), Paraíba (2) e Alagoas (2).

No dia 1° de janeiro, um massacre no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) deixou deixa 56 mortos em Manaus (AM), após motim que durou 17 horas. No dia seguinte, mais quatro detentos morrem na Unidade Prisional de Puraquequara (UPP), também em Manaus.

Seis dias depois, uma rebelião na cadeia de Raimundo Vidal Pessoa deixou quatro mortos. Logo em seguida, três corpos foram encontrados em mata ao lado do Compaj. Com isso, subiu para 67 o total de presos mortos no Amazonas.

No dia 4 de janeiro, dois presos são mortos em rebelião na Penitenciária Romero Nóbrega, em Patos, no Sertão da Paraíba. Dois dias depois, 33 presos são mortos na maior prisão de Roraima, a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista.

Na tarde de quinta (12), dois detentos foram mortos na Casa de Custódia, conhecida como Cadeião, em Maceió (AL). O presídio, destinado a abrigar presos provisórios, fica dentro do Complexo Penitenciário, em Maceió (AL). Jonathan Marques Tavares e Alexsandro Neves Breno estavam nos módulos 1 e 2 da cadeia, respectivamente.

No mesmo dia, dois presos foram mortos em São Paulo, na Penitenciária de Tupi Paulista (a 561 km da capital paulista). A Secretaria da Administração Penitenciária informou que eles morreram durante uma briga em uma das celas.

Folha de S.Paulo

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