Pular para o conteúdo principal

Carnaval marcado por acidentes deixa disputa pelo título em segundo plano no Rio

Carnaval marcado por acidentes deixa disputa pelo título em segundo plano
O Carnaval de 2017 entra para a história de uma forma triste. Nunca a Passarela do Samba tinha sido palco de tantas cenas trágicas. Os acidentes com os carros alegóricos de Paraíso do Tuiuti e Unidos da Tijuca deixam o coração dos amantes da folia com uma ferida difícil de curar.

Pela primeira vez, o noticiário até a Quarta-feira de Cinzas não será dominado pela gostosa expectativa sobre qual escola será a grande campeã. Todos estarão preocupados com o estado de saúde das vítimas internadas após o atropelamento de domingo e dos componentes da Unidos da Tijuca.

Após a trágica ocorrência de domingo, o discurso dos dirigentes, tanto da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), quanto do Paraíso do Tuiuti, era construído em torno de uma palavra: fatalidade. Ou seja, algo que fugiria à ordem natural das coisas. Não é mais possível que o problema do gigantismo dos carros alegóricos seja varrido para baixo do tapete. É hora de a comunidade do samba encarar de frente a questão. É hora de tentar entender o que ocorreu e promover as modificações necessárias.

O gigantismo dos carros alegóricos parece ser inevitável devido às dimensões da Sapucaí. Porém, o evento ocorrido durante o desfile da Unidos da Tijuca tem outra característica. A alegoria em questão não era tão grande. Porém, carregava um número expressivo de componentes fazendo coreografias - outro sintoma do Carnaval contemporâneo.

O desabamento do segundo carro alegórico da azul e amarela tem ainda outro aspecto, esse mais preocupante: em vez de se preocupar com o estado de saúde dos desfilantes, diretores estavam imbuídos da tarefa de colocar a alegoria na pista de desfiles a fim de não prejudicar a pontuação da escola. A reação da plateia do setor 1 foi imediata e enfática: uma chuva de latas de cerveja.

Todos sabem da importância do Carnaval para a economia do Rio de Janeiro e, principalmente dos interesses envolvidos, seja da emissora de TV que detém a exclusividade de transmissão, seja dos patrocinadores, agências de turismo e outros prestadores de serviço. Porém, naquele momento, em que pessoas necessitavam de socorro médico, continuar o desfile era algo totalmente impensável. A disputa se tornou apenas um detalhe.

Faz-se necessária uma reflexão do que se tornou o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro. O aspecto visual predomina sobre os quesitos que dependem do canto, dança e habilidade de tocar instrumentos. Isso já é fato há mais de 40 anos. O crescimento desordenado dos carros alegóricos é prova viva desse processo. Porém, nada justifica que o desfile não tenha sido interrompido até que as pessoas fossem atendidas de forma digna. Que o relógio parasse e depois o desfile fosse retomado. É inacreditável a disputa insana de espaço entre bombeiros, socorristas e desfilantes. Que a lição seja aprendida para os próximos Carnavais.

Mangueira e Portela são favoritas

Carnaval é uma competição e, na Quarta-feira de Cinzas, conforme previsto, teremos a apuração das notas. Já que o desfile terá que ter uma escola campeã, Mangueira ePortela deverão disputar décimo a décimo o título. A campeã de 2016 fez uma apresentação de plástica irretocável, em mais um grande trabalho de Leandro Vieira. E impulsionada por um bom samba-enredo, desfilou com a tradicional garra. Porém, teve problemas sérios de evolução, com a formação de um buraco à frente ao supermódulo por conta da dificuldade de deslocamento de seu segundo carro alegórico. Já a Portela, em outro grande trabalho de Paulo Barros, fez um desfile bastante técnico, mas com impacto e momentos de emoção. O samba funcionou e a arquibancada gritou "É campeã".

A Mocidade Independente de Padre Miguel fez o seu melhor Carnaval nos últimos 15 anos. Homenageando o Marrrocos, trouxe carros de bom gosto, um ótimo samba-enredo e uma comissão de frente que arrebatou a plateia, com um tapete voador guiado por um drone. Certamente estará no Desfile das Campeãs. Quem também impressionou a União da Ilha. Com o mais belo visual de sua história, fazia um desfile irrepreensível até ter tido problemas com seu quinto carro, que prejudicou sua evolução. Mesmo assim, a tricolor briga por uma vaga entre as campeãs.

A São Clemente fez um desfile marcado pelo requinte no visual, marca registrada da carnavalesca Rosa Magalhães e deverá obter uma boa colocação, a despeito dos problemas com a evolução e com o seu quinto carro. Já a Unidos da Tijuca, com toda a situação decorrente da quebra de seu segundo carro não deverá escapar do rebaixamento - uma ferida dolorosa para uma escola que conquistou três campeonatos nos últimos sete anos.

Uol

Comentários

As Mais Visitadas

Corinthians monta mosaico 3D para celebrar o hexa brasileiro antes do clássico

Corinthians monta mosaico 3D para celebrar o hexa brasileiro antes do clássico BRASILEIRÃO O clássico deste domingo contra o São Paulo marcou o primeiro jogo do Corinthians como campeão oficial do Campeonato Brasileiro 2015. E para comemorar o hexa nacional, o alvinegro, jogando em casa, ergueu um gigantesco mosaico em 3D nas arquibancadas da Arena Corinthians para recepcionar os atletas e festejar o título. Mas como tudo que está ligado ao novo hexacampeão sempre acirra ânimos de torcedores e dos 'antis', como o Corinthians chama os adversários, a arte dividiu opiniões nas redes sociais. Paineis brancos erguidos pela própria torcida traziam a palavra Hexa separada por um brasão erguido por cabos de aço descendo do teto da arena. Segundo imagens que vazaram na internet durante os ensaios, o emblema deveria mesmo ficar pela metade. Mas para alguns internautas, a "arte" ficou incompleta. Da Redação Via: UOL Esportes

Super Sam: a crítica social em Chapolin Colorado, em 1973

Além de satirizar os heróis norte-americanos, Chapolin trazia uma grande crítica social da América Latina. Afinal, ele era um herói “sem dinheiro, sem recursos, sem inventos sensacionais, fraco e tonto”, nas palavras do seu próprio criador. Mas por outro lado, mesmo sendo um grande covarde, o Chapolin também é valente por ser capaz de superar seu medo para ajudar a quem precisa. No seriado, a hegemonia dos países industrializados no mundo subdesenvolvido é simbolizada por meio de Super Sam, interpretado por Ramón Valdéz. O personagem é o paradigma do poderio norte-americano: uniforme semelhante ao do Superman, com direito ao famoso símbolo no peito do traje azul, e cartola com as cores da bandeira estadunidense. Como nunca fora chamado para ajudar alguém, suas aparições na série eram fruto da intromissão nas ações do Chapolin. Enquanto o herói mexicano tem sua marreta biônica como arma, o Super Sam carrega consigo "a arma mais poderosa" (um saco de dinheiro) e diz “Time i

Tubarão-martelo é capturado por pescador na Paraíba

Revista Páginas - Na praia de Lucena, litoral norte da Paraíba a 56,2 km da capital João Pessoa, um pescador conseguiu capturar, na última sexta-feira (25) um tubarão-martelo (Sphyrna spp.) Que é um gênero de tubarão, característico pelas projeções existentes em ambos os lados da cabeça, onde se localizam os olhos e as narinas.  O animal após capturado foi exposto no solo como "troféu" e atraiu centenas de  populares. Vejam as polêmicas fotos divulgadas nas redes sociais.