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Assista: Dilma chama Temer e Cunha de 'chefes conspiradores' em discurso no Planalto

O vice-presidente Michel Temer (PMDB) é o "chefe conspirador" contra o governo, e Eduardo Cunha, o presidente da Câmara, é o "vice-chefe". O ataque partiu da presidente Dilma Rousseff na manhã desta terça-feira (12), em discurso feito em uma cerimônia oficial.

Foi a primeira manifestação pública de Dilma após o suposto vazamento de um discurso feito por Temer em que ele fala como se o impeachment da presidente já tivesse sido aprovado. A declaração ocorreu durante um evento que reuniu políticos, estudantes e educadores em apoio à presidente no Palácio do Planalto.

Na gravação, divulgada na última segunda-feira (11) e que, segundo a assessoria do vice-presidente, tinha caráter privado e experimental, Temer fala como se fosse presidente. A presidente Dilma criticou o que chamou de "ação premeditada", "farsa" e "traição".

"Nós vivemos tempos estranhos e preocupantes. Tempos de golpe, de farsa e de traição", disse a presidente. "O gesto (o vazamento), que revela traição a mim e à democracia, ainda explicita que esse chefe conspirador também não tem compromisso com o povo", afirmou.

"Ontem, utilizaram a farsa do vazamento para difundir a ordem unida da conspiração. Agora, conspiram abertamente à luz do dia para desestabilizar uma presidenta legitimamente eleita", afirmou. "Ontem, ficou claro que existem, sim, dois chefes do golpe que agem em conjunto e de forma premeditada. Como muitos brasileiros, tomei conhecimento e confesso que fiquei chocada com a desfaçatez da farsa do vazamento que foi deliberado, premeditado, vazando para eles mesmos. Estranho vazamento", completou ela, sem citar os nomes de Temer e Eduardo Cunha, presidente da Câmara.

O vice-presidente Michel Temer
Há cerca de duas semanas, Temer comandou a debandada do PMDB do governo Dilma. Desde então, vem travando disputas nos bastidores pela queda da presidente. Se ela sofrer o impeachment, será justamente Temer quem será o novo presidente do Brasil.

O discurso de Dilma antecede a votação na Câmara dos Deputados sobre o impeachment. No domingo, a Câmara deve decidir se a presidente será afastada do cargo ou não. Para isso, serão necessários 342 votos a favor da saída (de um total de 513).
"Esse não será o país do ódio. Definitivamente, esse não sera o país do ódio", afirmou a presidente.

Dilma voltou a dizer que o impeachment é ilegítimo por não haver, segundo ela, crime de responsabilidade. "O impeachment não vai passar", afirmou. "O golpe é sobretudo contra o projeto que eu represento. É contra tudo aquilo que nos últimos 13 anos que o meu governo e o governo do presidente Lula têm feito com o apoio do povo e com o trabalho incansável dos movimentos sociais e de todos os brasileiros e brasileiras que queriam ver um Brasil maior, mais forte, mais igual em suas oportunidades."

Dilma abraça a estudante Suzane Pereira da Silva durante evento no Planalto do Palácio
Temer e Cunha
Por telefone, a assessoria de imprensa de Temer afirmou que ele não assistiu ao pronunciamento de Dilma e que, no momento, não deverá se manifestar sobre o assunto.

Também por telefone, a assessoria de imprensa do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, informou que ele poderá se manifestar sobre as declarações da presidente ao longo da tarde desta terça-feira.

No evento, os convidados, como esperado, defenderam o governo, inclusive o ministro da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera (PMDB, partido que debandou da aliança com o PT há duas semanas).

"Vamos encerrar o terceiro turno das eleições de 2014 no domingo. E vamos ganhar de novo. Vamos ganhar de novo. E espero que respeitem. Espero que dessa vez respeitem o resultado. Esse país precisa trabalhar", afirmou o ministro, que vai se licenciar do cargo para votar no domingo contra o impeachment.

"A história da humanidade está cheia de tribunais falsificados que acabam dando resultados falsos e antiéticos. No caso presente a coisa ainda é pior porque não há nenhuma legitimidade em um tribunal constituído por pessoas criminalizadas e dirigido por um fora da lei", disse o professor doutor e pesquisador Emérito da CNPq Rogério Cerqueira Leite.

"[O povo] Não se sente representado por Bolsonaro, por Eduardo Cunha, por Michel Temer. Aqueles que perderam as eleições vão precisar aceitar o resultado das urnas porque a juventude brasileira não é representada por esses cidadãos", afirmou a presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), Carine Vitral.

A estudante de medicina Suzane Pereira da Silva também discursou e ganhou um abraço da presidente ao falar contra o preconceito.

Na segunda à noite, o Palácio do Planalto e o PT já duvidavam que a divulgação do áudio em que o vice fala como se a abertura do processo de impeachment já tivesse sido aprovada pela Câmara foi acidental. Os petistas compararam o caso a outros erros políticos protagonizados pelo peemedebista, como o vazamento da carta endereçada à Dilma em dezembro do ano passado e a decisão de não prorrogar a saída do PMDB do governo, em março deste ano.

Auxiliares de Dilma e dirigentes do PT avaliaram, ainda na segunda, que a divulgação do áudio foi uma tentativa "desesperada" do vice de se viabilizar como alternativa à Dilma diante da opinião pública na reta final da votação do impeachment. Para o grupo do vice, o "pronunciamento" serviu para se esclarecer algumas dúvidas sobre um possível "governo Temer".

Placar do impeachment
Levantamento diário do jornal "O Estado de S. Paulo" mostra como os deputados estão direcionando seus votos para o impedimento ou não da presidente Dilma Rousseff.

Da Redação
Via: Uol Notícias

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