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Denúncia contra Lula em dia de delação contra tucanos: coincidência providencial

No dia em que Temer, Padilha, Moreira, Alckmin e outros peemedebistas e tucanos foram alvejados pela primeira delação da Odebrecht, o Ministério Público Federal resolveu apresentar mais uma denúncia contra o ex-presidente Lula, numa coincidência que teve o condão, calculado ou não, de dividir as atenções e equilibrar as avarias. A denúncia de que ele fez tráfico de influência no caso da compra dos caças suecos Grippen agride a lógica dos fatos que cercaram o negócio de US 4,5 bilhões para atender a uma demanda da Aeronáutica que se arrastava há mais de dez anos. O ex-ministro da Defesa da época, Celso Amorim, considera a denúncia absurda e espantosa e aponta as razões que levaram a Aeronáutica a optar pelos aviões suecos.

- Li com espanto as notícias sobre esta absurda denúncia. Os Grippen sempre foram a preferência da Aeronáutica e a escolha foi estritamente técnica,  baseada em uma análise que levou em conta a combinação de três fatores: performance, custo (preço mais manutenção) e transferência de tecnologia. Pouco antes do anuncio da decisão, em dezembro de 2013, o comando da aeronáutica reafirmou em documento que certamente consta dos arquivos do Ministério da Defesa,  as razões que o levavam a optar pelos caças suecos. Não houve a mais remota interferência do ex-presidente Lula nesse processo - disse Amorim ao 247.

Ao longo de seu governo, Lula foi acusado de ter preferência pelos Rafale, modelo que a França empenhou-se em vender ao Brasil. Esta opção seria contrária aos  pareceres técnicos da Aeronáutica, que se inclinava pelos Grippen suecos. Quando se esperava que ele batesse o martelo ainda em seu governo, em novembro de 2010 Lula anunciou que deixaria a questão para sua sucessora já eleita, Dilma Rousseff. Preferia não autorizar um negócío de tal envergadura no apagar das luzes de sua gestão.

Finalmente, em 18 de dezembro de 2013, o governo anunciou a compra de 36 caças supersônicos do modelo sueco Grippen, ao preço de US$ 4,5 bilhões, a serem pagos até 2023. Não faltaram notícias de que Dilma contrariou Lula em sua preferência pelo modelo francês, que teria motivado a aproximação com o governo de Nicolás Sarkozy. A Boeing também concorria ao negócio. O ministro da Defesa, Celso Amorim, fez o anúncio afirmando que a decisão “foi objeto de estudos e ponderações muito cuidadosas".

No início deste ano a Operação Zelotes, desviando seu foco dos sonegadores que pagaram milhões aos conselheiros  do CARF para se livrar de multas bilionárias da Receita Federal, passou a mirar Lula. A denúncia diz que as investigações concluíram que o lobista Mauro Marcondes fez lobby para a empresa sueca e usou a influência de Lula junto a Dilma. Que ele a acompanhou ao enterro de Nelson Mandela para lá “acertar” com o líder do Partido Social Democrata e futuro primeiro-ministro da Suécia, Stefan Lofven, a compra dos Grippen. E com isso, garantiu para seu filho, também denunciado, uma comissão mísera  de R$ 2,5 milhões sobre um negócio de US$ 4,5  bilhões.

Algumas perguntas os procuradores não se fazem: Uma. Por que Lula, querendo comissão, não fechou o negócio quando era presidente? Outra: se ele fez lobby junto a Dilma, e ele aceitou o tráfico de influência, por que não foi denunciada? E a participação da Aeronáutica, que tudo avalizou, não suscitou nenhuma dúvida ou suspeita?

Num processo a quê a defesa não teve acesso, nem mesmo depois de oferecida a denúncia, a lógica e o histórico não deve ter a menor importância. Muitos menos as provas, que não apareceram, do tráfico de influência de Lula junto a Dilma e ao Ministério da Defesa.

"O fim do governo Temer foi anunciado ontem pelo vazamento da delação do lobista da Odebrecht Claudio Melo Filho. Ao invés de esperar  por um descarte humilhante, seja por que via for, Temer prestaria um grande serviço ao Brasil renunciando ainda este ano, evitando mais um desastre político, a eleição indireta de um presidente pelo atual Congresso. Sua renúncia seria um presente de Natal para o Brasil, garantindo a convocação de eleições diretas sem a necessidade de um remendo constitucional em 2017", escreve Tereza Cruvinel; segundo ela, "as informações sobre uma primeira delação acabam com as ilusões sobre uma travessia com o atual governo até 2018"

171, um número que acua Temer

9/12/16

Por não ter contado com o apoio de 171 deputados, Dilma Rousseff  teve seu pedido de impeachment aprovado por uma “assembleia de bandidos” na noite de 19 de abril.  Este é aproximadamente o número de deputados irmanados no Centrão, o que, afora a tibieza,  ajuda a explicar o rápido recuo de Michel Temer da decisão de nomear o tucano Antônio Imbassahy para a Secretaria de Governo, cargo que era de Geddel Vieira Lima e responde pela articulação política do Governo. Mais dia, menos dia, Temer pode precisar de 171 deputados para barrar um dos pedidos de impeachment contra ele já apresentados à Câmara; leia a análise de Tereza Cruvinel, sobre a queda de Imbassahy, antes mesmo de assumir o cargo

STF salva Renan e completa-se o bananal

7/12/16

"O 'pacto pelo alto', ou a conciliação entre as elites – feliz categoria que nos legou o historiador José Honório Rodrigues para explicar os 'acordöes' entre os donos do poder – voltou a se manifestar na tarde desta quarta-feira com a decisão do STF de manter Renan Calheiros na presidência do Senado, embora afastado da linha sucessória. E com isso, completou-se a regressão do Brasil, até há pouco tempo uma jovem e promissora democracia, a um grande bananal", constata a jornalista Tereza Cruvinel; "O mesmo Supremo que lavou as mãos diante do golpe parlamentar contra Dilma, limitando-se a fixar ritos e a presidir sessões, e eximindo-se de examinar a configuração ou não de crime de responsabilidade, agora conseguiu a 'flexibilidade' que lhe permitiu atender ao governo, ao Senado e a Renan", comenta; sobre o povo, ela questiona: "Os tolos que foram às ruas no domingo apoiar a Lava Jato e pedir a cabeça de Renan agora irão bater panelas exibindo caras de tacho?"

Os mais pobres são os mais castigados

7/12/16

A jornalista Tereza Cruvinel ressalta que "os mais castigados" pela reforma previdenciária de Temer-Meirelles serão os idosos sem aposentadoria com mais de 65 anos e as pessoas com deficiência que têm direito hoje a um salário mínimo caso a renda familiar per capita não ultrapasse um quarto do SM, ou seja, R$ 220,00; "O benefício passará a ser inferior ao salário-mínimo (talvez fique em 45%, pois ainda vão enviar projeto sobre o tema) e a idade dos velhos pobres vai subir para 70 anos", observa Tereza, com base nas mudanças; "No país que já tem crianças de rua, em breve teremos os velhos de rua. Esta é a medida mais vergonhosa anunciada ontem. Nem um Congresso conservador e servil como o atual deve ter coragem de aprová-la", critica

Renan está certo, mas não pode reclamar

6/12/16

"A democracia brasileira não merecia este fim". O ainda presidente do Senado, Renan Calheiros, fez o lamento referindo-se a seu próprio afastamento do cargo, por decisão monocrática de um ministro do STF. Ele está certo, os construtores e herdeiros da democracia também lamentam mas Renan não pode reclamar: ajudou a cavar a primeira ferida funda na democracia ao apoiar o afastamento de uma presidente eleita sem crime de responsabilidade demonstrado, para viabilizar a posse de seu correligionário Michel Temer e a instauração de um programa de governo oposto ao que foi referendado pelas urnas de 2014; Tereza Cruvinel põe o dedo na ferida e diz que a democracia já morreu faz tempo.

Brasil 247

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