Desconhecida entre o grande público, mas revolucionária à sua maneira. Se, em quadra, Tifanny Abreu ainda luta para se estabelecer no vôlei, é inegável que a atacante já colocou seu nome na história do esporte brasileiro. É que, nascida Rodrigo há 32 anos em Goiânia, ela se tornou a primeira atleta transexual brasileira a conseguir autorização da Federação Internacional de Vôlei (FIVB) para atuar entre as mulheres.
Tifanny, inclusive, fez sua estreia em uma liga de alto rendimento neste fim de semana: contratada pelo Golem Software Palmi, da segunda divisão do Campeonato Italiano, ela foi o destaque da vitória por 3 a 1 sobre o Delta Informatica Trentino marcando 28 pontos (25 ataques, dois aces e um bloqueio) no jogo encerrado com parciais de 17-25, 25-16, 25-22 e 25-23. Com uma eficiência de 48% no ataque, foi eleita a melhor jogadora em quadra.
Com 1,94 m, a oposta anteriormente jogava na Série B masculina da Bélgica e foi bastante aplaudida pela torcida do Palmi. ''Estou muito feliz com essa estreia e animada com o que estou vivendo dentro e fora da quadra'', comentou Tifanny, em entrevista ao jornal ''La Gazzetta dello Sport''. ''Os aplausos e abraços que recebi me fizeram viver uma noite extraordinária. Vencemos um jogo importante e agora estamos confiantes'', destacou.
Mas Tifanny não viveu este novo capítulo de sua vida sem resistência. Presidente da Liga Italiana feminina, Mauro Fabris colocou em dúvida a própria continuidade da brasileira na competição, apesar de ter enviado um buquê de flores parabenizando-a após a partida. ''Faço questionamentos em relação a esta situação que está se multiplicando. Quero que tanto o Comitê Olímpico Italiano quanto a Federação me digam o que esperar, até porque muitos times da Série A2 também estão se perguntando isto. Quero um campeonato limpo e correto com as pessoas'', afirmou.
Segundo caso
Conforme sinalizou o dirigente italiano, Tifanny realmente não é o primeiro caso de transexual que recebe autorização para atuar no vôlei profissional feminino: em março do ano passado, Alessia Ameri também foi liberada para atuar pela segunda divisão do país europeu, no time do Entu Olbia.
Nascida Alessio Ameri, ela chegou a jogar na segunda divisão italiana masculina como oposto, mas na nova fase da carreira virou líbero. Após se sentir injustiçada por conta de reportagens sensacionalistas, Alessia deixou a equipe e recentemente se dedicou a alguns trabalhos como modelo.
Uol Esportes
Comentários
Postar um comentário