O líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ), foi um dos primeiros a comentar, em uma transmissão ao vivo pelo Facebook, a condenação do ex-presidente Lula a 9 anos e meio de prisão pelo juiz Sergio Moro. "Isso é um escândalo", disse o petista.
O senador convocou manifestações nas cidades brasileiras em protesto contra a "condenação sem provas" do ex-presidente por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá.
"Não vivemos em uma situação de normalidade democrática, isso não é democracia. Isso é um estado de exceção. Nossa reação tem que ser muito forte, nós temos que fazer manifestações nas cidades brasileiras. Temos que organizar atos no Brasil todo, não podemos ficar em silêncio diante desse fato", disse.
"É hora de ir para cima, não é hora de ficar intimidado", acrescentou. Lindbergh alertou ainda que eleição presidencial em 2018 sem Lula "não é eleição, é fraude" e colocou em dúvida se o PT deve participar de uma disputa sem a participação do ex-presidente, caso a condenação se confirma em segunda instância.
"Eleição de 2018 sem Lula não é eleição, é fraude, é farsa. Eu não sei se nós temos que participar, temos que denunciar internacionalmente", defendeu. Ele destacou ainda que "o pessoal de Curitiba sempre atuou com timing político".
A visita ao menor Estado da Federação faz parte de uma agenda ampla do ex-presidente pelo Nordeste, reduto eleitoral do PT. A viagem deve começar pela Bahia e se estenderá por todos os Estados. Há possibilidade de que este périplo aconteça de ônibus. Em Sergipe, por exemplo, Lula irá a três cidades: a capital Aracaju, além de Lagarto e Itabaiana, municípios que receberam grandes ações dos governos Lula/Dilma, como universidades, hospitais e casas populares.
O governador fez um relato da reunião com Lula: "Ele quis ouvir de mim um compromisso sobre uma possível candidatura ao Senado, pois ele avalia que um governo progressista irá necessitar mais do que nunca de um Congresso Nacional que apoie as decisões que beneficiem o povo. Não um apoio para que o governo possa atrofiar os direitos históricos conquistados pelo povo, mas para ampliá-lo", contou Jackson.
Ou seja, Lula costura com aliados no Nordeste candidaturas que possam dar base política na Câmara e no Senado para ele, caso conquiste a eleição de 2018. As pesquisas hoje revelam que está possibilidade é cada vez mais real.
É prova ainda do foco do ex-presidente pelo Nordeste o fato de ter, ao lado da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, escolhido o nordestino Márcio Macêdo como vice-presidente nacional do partido. Márcio, que é ex-deputado federal por Sergipe e que foi tesoureiro nacional nos últimos dois anos, terá a missão de organizar estas agendas políticas com lideranças do Nordeste. A reunião com Jackson Barreto foi o primeiro resultado desta articulação.
"Fiquei muito satisfeito em começar minhas atividades como vice-presidente do PT pelo meu Estado, participando deste encontro entre Lula e Jackson. Foi uma conversa muito amistosa e qualificada. Isso me deu uma alegria enorme, de começar a discutir com os estados, com as lideranças do país inteiro, a conjuntura nacional. Os desafios que bloco de centro-esquerda e de democratas tem para 2018 e as bases de um projeto para o país", relata Márcio, sobre o encontro que ocorreu na última sexta-feira (7).
"Unidade nacional"
Muito próximo a Lula, Márcio avalia que "ganhando a eleição, o ex-presidente vai construir a unidade nacional". "O Lula tem experiência, tem força política, tem maturidade, não é um homem que tem ódio no coração, sabe do papel dele para o país e para a história. Então, há uma chance de vencer a intolerância e o ódio e o país voltar a crescer. Não é uma tarefa simples nem fácil. A sociedade está fragmentada. Nós acreditamos que o povo não é problema, que é a saída: mercado de massas, investimento regional, programas sociais. Então, isso precisa ser retomado e ampliado, transformado em política de Estado", afirmou ele, em entrevista ao portal JL Política.
De acordo com o vice-presidente, "há um novo programa para a nação" sendo elaborado para ser apresentado por Lula aos brasileiros. ""Tem que se debruçar sobre temas que não foram debatidos, como as reformas trabalhista, agrária e política, o diálogo sobre a democratização da mídia, a superação do presidencialismo de coalizão, para evitar que fique refém de um Parlamento conservador e atrasado. Tudo isso estará no novo plano", explica. (Brasil 247)
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