Num evento esperado para ser 1 fato positivo ao governo, o presidente Michel Temer foi criticado. Na abertura do 28º Congresso Aço Brasil, nesta 3ª feira (22.ago.2017), algumas medidas econômicas do governo, como a substituição da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) pela TLP (Taxa de Longo Prazo) nos juros subsidiados do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Sustentável), foram reprovadas.
O crítico ao Planalto foi o presidente do conselho-diretor do Instituto Aço Brasil, Alexandre de Campos Lyra. A organização é a anfitriã do evento.
Fugindo do protocolo de elogios ao governo, o executivo direcionou-se ao presidente e seus ministros afirmando que a “indústria brasileira está sendo crescentemente asfixiada”.
Entre os problemas, Lyra citou a alta carga tributária, os problemas que o país enfrenta com infraestrutura e logísticas e a “elevada taxa de juros”. O destaque, no entanto, ficou para “as diversas outras medidas que vêm sendo anunciadas”. De acordo com ele, elas são motivo de “grande preocupação” na indústria.
“Gera temor de que se agrave o processo de fechamento de unidades de produção e o aumento de desemprego”, ressaltou.
“O anúncio recente de que será mantida a alíquota do Reintegra [regime de tributação para exportação] em 2% em 2018, a redução dos índices de conteúdo local no setor de óleo e gás –chegando ao cúmulo de se propor a retroatividade para os contratos já firmados–, a substituição da TJLP pela TLP e o aumento de impostos penalizarão ainda mais a atividade industrial –já bastante enfraquecida”, disse.
Lyra defendeu ser necessário quebrar o círculo vicioso em que para se reduzir o déficit público onera-se o setor privado.
Como resposta, Temer disse, em seguida, que pedirá à sua equipe econômica 1 estudo e uma negociação com empresários sobre o Reintegra.
“Devo dizer que a 1ª ideia era eliminar os 2% [taxa do Reintegra], mas permaneceu os 2%. Vamos ver se é possível alguma modificação em face do que aqui foi dito [crítica à taxa]”, afirmou o presidente.
Temer sentou-se ao lado do ministro da Secretaria Geral da Presidência, Moreira Franco. Falou por 23min49s.
O evento reúne empresários e executivos do ramo. Cada inscrição custava até R$ 2.800. O auditório, localizado no Centro Internacional de Convenções Brasília, estava esvaziado. (Poder360)
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