Em entrevista à rede americana CNN, a presidente Dilma Rousseff afirmou ser "vítima de injustiça" e disse que o fato de ser mulher pode ter influenciado para o avanço do processo de impeachment.
Questionada pela jornalista Christiane Amanpour sobre a impopularidade do governo, a presidente afirmou: “no Brasil, um país com sistema presidencialista, assim como os Estados Unidos, ninguém pode ser levado a um processo de impeachment por impopularidade porque impopularidade é cíclica. Todos os presidentes ou primeiros-ministros da Europa que tiveram taxas de desemprego de 20% teriam que sofrer processo de impeachment porque também tiveram profundas quedas na popularidade".
Ainda de acordo com Dilma Rousseff, há um certo preconceito sobre ter uma mulher no poder e isso pode ter influenciado no processo de impeachment.
“Eu acho que tem fator que pesa que é o fato de que sou mulher, e que sou classificada como uma mulher dura, sempre rodeada de homens, fofos, educados, gentis e bondosos”. A presidente ainda disse que a oposição reforça esse cenário, e comentou a repercussão de reportagens que afirmaram que ela estaria tendo um “ataque de nervos”.
Sobre a crise econômica, a presidente afirmou que o problema começou em 2008 e responsabilizou o Congresso por não aprovar medidas impopulares e por travar a pauta das reformas e cortes de gastos o que “causou instabilidade política e barrou a
economia”.
À rede CNN, Dilma Rousseff afirmou ainda que “ficaria muito triste” se não estivesse na presidência durante a Olimpíada do Rio, já que participou de todo processo, mas destacou que o pior sentimento é se sentir “vítima de uma injustiça”.
“Vou lutar para sobreviver, não apenas pelo meu mandato. Eu vou lutar porque o que eu estou defendendo são os princípios democráticos que regem a vida política no Brasil", disse a presidente.
Da Redação
Via: BBC Brasil
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