Na cerimônia em que o juiz Sérgio Moro foi condecorado com a Ordem do Mérito Militar, o comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, falou que o país passa por "incontáveis escândalos de corrupção" e "aguda crise moral". Nesta quarta-feira, o presidente Michel Temer foi ao Quartel General do Exército para a solenidade do Dia do Exército.
— A aguda crise moral, expressa em incontáveis escândalos de corrupção, nos compromete o futuro — declarou o general, que criticou a sobreposição de "lutas por interesses pessoais e corporativos" ao interesse nacional.
— Esse momento tão grave não pode servir a disputas paralisantes - emendou, logo antes de dizer que "não há atalhos fora da Constituição".
Moro e Temer cumprimentaram-se rapidamente. O relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal, o ministro Edson Fachin, também estava na lista de agraciados com a comenda mais alta do Exército, mas não compareceu, assim como o colega Luis Roberto Barroso.
Ao ser abordado pela imprensa, Moro disse apenas que só falaria nesta quarta-feira sobre o Dia do Exército, "seguindo o protocolo".
No ano passado, Temer faltou à solenidade, e o Palácio do Planalto foi representado por Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil. Desta vez, Temer veio só. Padilha é um dos oito ministros com pedido de inquérito pela lista de Fachin na semana passada. Nenhum deles foi à cerimônia.
Temer foi citado em dois inquéritos, mas não será investigado porque o presidente não pode ser alvo de investigação por atos anteriores ao mandato.
Na primeira fila da tribuna de autoridades também estavam os deputados Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PSC-SP). Pai e filho ostentavam a medalha do Pacificador no paletó, recebida em edições anteriores da cerimônia. Os dois parlamentares não economizaram nas fotos durante no evento.
O Globo
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