Bolsonaro diz que, se eleito presidente, multiplicará o modelo, fechando parcerias com as redes municipal e estadual. Reconhece ser impossível cobrir 100% da malha escolar, mesmo porque “faltariam recursos”.
Mas as escolas militares “passariam a ser exemplares”, pois nelas há “educação moral e cívica, cultua-se o respeito às autoridades, no intervalo não tem maconha, o pessoal corta o cabelo, cobra-se o dever de casa…”.
À frente do MEC (Ministério da Educação), em eventual gestão sua, colocaria um general –alguém “que represente autoridade, amor à pátria e respeito à família”, ao contrário de titulares recentes da pasta, diz.
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Antes de passar para o controle da PM, num acordo estabelecido em 2012 com a Secretária de Educação amazonense, a unidade tinha alunos receosos de deixar a mochila na sala para ir ao recreio –colegas poderiam roubá-la. Coibir a violência no ambiente escolar não é a única vantagem que Bolsonaro vê na militarização da educação.
Os índices de aprovação tendem a disparar nesses colégios, que costumam ficar entre os primeiros lugares do Enem.
Tudo isso é verdade, diz Renato Janine Ribeiro, que chefiou o MEC por seis meses na administração Dilma Rousseff. (…)
O problema é comparar maçãs e laranjas, afirma Ribeiro. Essas instituições “têm mais recursos”, então é natural que se saiam melhor.
Para o filósofo, “é um erro, numa sociedade democrática, tentar colocar a formação militar, hierárquica e obediente, como ideal para todos os jovens”, inquietos por natureza.
São eles, afinal, o futuro de um “país que sempre cultivou uma certa autoimagem de uma coisa mais alegre, mais solta nos costumes”.
O pelotão de crianças e jovens fardados, diz, “deveria ser exceção, não regra”. (Folha de S.Paulo)
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