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Puro Amor! Moradores de rua e profissionais do sexo ganham ceia de Natal


A mesa montada atraiu os moradores não apenas para uma alimentação, mas também para um pouco de atenção e carinho

Espírito de Natal: moradores de rua e profissionais do sexo ganham ceia na antiga rodoviária

Foto: André de Abreu

Acostumados a passar as noites nas calçadas e sem saber ao certo se vão conseguir algo para comer, cerca de 50 moradores de rua se reuniram, na noite ontem (23), em uma ceia de Natal, no Terminal Rodoviário Heitor Eduardo Laburu, a antiga rodoviária na região central de Campo Grande.

A Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast) e a Promotoria de Justiça de Direitos Humanos do Ministério Público Estadual prepararam um jantar para os moradores de ruas, usuários de substâncias psicoativas e profissionais do sexo, com objetivo de comemorar o Natal.

 

(Mesa atraiu olhares / foto: André de Abreu)

 

Inácia Miranda, 59 anos, afirmou que trabalha como profissional do sexo em entorno da antiga rodoviária há mais de 30 anos e é a primeira ceia de natal que participa junto com moradores de rua e amigas de trabalho.

 

"É justo passar a ceia com eles, convivemos juntos. É bem legal podermos comemorar. Os mendigos não têm condições e lugar para ter uma mesa farta. Tenho nove filhos e passo o Natal com um amigo que gosta de mim. Moro longe, no Indubrasil, e não consigo chegar em casa para comemorar o Natal na casa dos meus filhos", contou Inácia.

Quando é questionado sobre o que quer para o Natal, Adriano Francisco, 43 anos, lembra dos filhos que deixou para trás. "Estava trabalhando em uma fazenda na cidade de Camapuã. Fui mandado embora do trabalho e saí sem rumo. Cheguei aqui em Campo Grande na rodoviária nova e fui assaltado. Não tenho casa e agora estou sem roupas. Estou morando nas ruas. Já sou acostumado, antes de trabalhar nessa fazenda morava nas ruas de São Paulo. Tenho saudades dos meus filhos e essa data me lembra os meus cinco filhos. Eles nem sabem se estou morto ou vivo. Faz muitos anos que não entro em contato com eles. Tudo por causa dos meus vícios. Não quero que eles me vejam nessa situação. Já procurei ajuda mas e difícil", relata.

 

(Moradores de rua ainda pensam em um futuro melhor / foto: André de Abreu)

 

Fabrício Ribeiro, 31 anos, está há quatro meses morando nas ruas da região central e perdeu o emprego recentemente. "Vim da cidade de Caarapó. Lá conheci as drogas e vim para a Capital para fazer tratamento em uma clínica de recuperação. Fiquei lá durante quatro meses e aprendi a evitar as drogas. Não consegui me libertar literalmente. Tenho a vida muito difícil", resume.

 

(Fabrício relata situação difícil / foto: André de Abreu) 

 

Ele perdeu a mãe na véspera de Natal e em recompensa ganhou a filha no Ano Novo. "O Natal e o Ano Novo são datas inesquecíveis. Aconteceu uma coisa boa e ruim. Perdi a minha mãe de morte natural e depois ganhei uma filha que na próxima semana que completa 15 anos e mora em Ponta Porã. Eu tenho vergonha de procurar ela pelo fato de não ter dado assistência. Tem sete anos que não tenho contato com a minha filha. Eu queria estar hoje na ceia de Natal com ela", contou Fabrício.

Arroz carreteiro, salada, farofa, feijão e refrigerantes fizeram parte do cardápio da noite, tudo fruto de doações. A mesa montada atraiu os moradores não apenas para uma alimentação, mas também para um pouco de atenção e carinho. Após o jantar, foram distribuídos panetones e frutas. Bailarinos do grupo Asas Macalossi dançaram várias músicas durante as apresentações.

 

 

José Antonio Moraes, 59 anos, disse que a situação difícil existe para todas as classes sociais. "Não está fácil para ninguém. Até para quem trabalha e tem casa está difícil de reunir a família e passar uma ceia juntos. Hoje em dia a desunião anda mais forte do que achar um abraço amigo", lamenta.

A Promotora de Justiça de Direitos Humanos, Jaceguara Dantas da Silva Passos, afirmou que neste ano esta é a quarta ação em ajuda aos moradores de ruas. "A ideia veio através de um inquérito civil em virtude da cobrança de serviços destinados a essas pessoas que não tem recursos", relata.

 

(Promotora relata iniciativa / foto: André de Abreu)

 

A vice-governadora e responsável pela Sedhast (Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho), Rose Modesto, do PSDB, disse que essa é a realidade do Brasil inteiro. "Esse é o nosso dever. Todos nós podemos ajudar um pouquinho e proporcionar um momento familiar. A maioria dos moradores de ruas estão longe dos familiares. A magia do Natal faz bem. Vamos agradecer a Deus e conseguimos dar esse momento de alegria. E justo todos ter uma ceia com mesa farta".

 

(Vice governadora Rose afirmou as pessoas pode ajudar o próximo / foto: André de Abreu)

 

A síndica do condomínio da antiga rodoviária, Rosane Nely de Lima, disse que essa é a segunda ação feita em prol aos moradores que ficam no entorno do local. "O mais importante e não julgar e continuar com esses projetos que ajudam a resgatar as pessoas para o convívio social".

 
Da Redação
Via: Top Mídia News

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